Dentro de uma realidade de classe média, tive uma vida financeiramente confortável proporcionada por um pai provedor.
Fui uma adolescente como tantas outras, mas sem muita demanda consumista. Em algum momento tive vontade de ter uma mesada, mas sem sucesso, já que meu pai, ainda numa visão “macho alfa”, tinha a necessidade do controle financeiro. Aí qualquer demanda de gasto, seja pequena, média ou grande deveria passar pelo aval do meu pai.
Meu primeiro ganho externo foi em 1997 em um estágio do Ensino Médio Técnico em uma Agência de Publicidade e Propaganda. Ganhava R$50 por mês. Não tinha a mínima maturidade financeira para começar a guardar dinheiro, não tinha histórico familiar para seguir e assim gastava tudo que ganhava. Nem era difícil gastar tudo... rsrs
Em 1999 fazia faculdade em outra cidade e meu pai novamente arcava com todos os meus gastos. Recebia uma “semanada” de R$50 para gastos com alimentação, necessidades pessoais e transporte. Só aí comecei a criar uma relativa maturidade financeira. Abri uma conta corrente no Banco Real, com cartão de crédito e talão de cheques. Entrei para um programa de Iniciação Científica e ganhava em torno de R$180 por mês. Nesta hora me senti rica e consegui guardar uns farelinhos por mês!
Formada, meu primeiro salário foi em torno de R$450, em 2003. Uma fortuna! Enfim, me senti livre financeiramente! Só que não... Junto com este sentimento libertador recebi um grande banho de água fria, quando meu marido falou que este valor não pagava nosso combustível do mês... Me senti muito mal...
Foi um ano ruim... todo quinto dia útil era um misto de orgulho e tristeza...
Em 2004 conquistei uma recolocação profissional! Trabalhava o dobro de horas e mais que tripliquei o salário! Que salto financeiro! (rsrs)
Mas o maior de todos os desafios ainda precisava de grandes mudanças... Precisava me sentir mais dona do meu dinheiro. Saí de um pai controlador, porém provedor... para um marido controlador e parcialmente provedor...
Muitas crises, terapia de casal e uma separação...
Para salvar meu casamento e garantir a união do casal tomei a iniciativa de separar as contas bancárias. Assustou, né?! Rsrs
Até agora está funcionando... rsrs
Quando tive minha filha, gostaria que a história financeira dela fosse bem diferente. Ao nascer estipulamos uma meta anual para sua “poupança” e conseguimos seguir assim. Alguns presentes financeiros também ajudaram a engordar esse “cofrinho”.
Mas, ao passar dos anos, minha filha começou a entender que tinha uma certa quantia e se sentiu no direito de administrar, o que para ela seria uma fortuna... rsrs
Percebemos que fizemos algo de errado... Nossa filha tão pequena certamente não teria maturidade para isso...
Quando ela fez 11 anos, pensei que seria o momento ideal para presenteá-la com a “mesada”. Foi bem legal! Estipulei metas para serem alcançadas e mensalmente ela administra R$50 por mês. Atualmente a mesada está suspensa até o próximo aniversário... pois deixou de fazer algumas atividades da escola... rsrsrs. É assim que funciona o mundo capitalista, né? No pain no gain!
Ver a minha filha desenvolvendo sua autonomia financeira desde cedo me dá tranquilidade... Essa experiência proporcionará a ela um maior equilíbrio e segurança em sua vida de maneira global. Este amadurecimento precoce, que eu não tive, lhe dará um alicerce estável para uma trajetória de entusiasmo, independência e certamente boas escolhas!
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